segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Que é a Páscoa?

A páscoa é para Israel o que o dia da independência é para um país, e mais ainda. O último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrifício pascoal possibilitaram o livramento da escravidão e a peregrinação do povo para a terra prometida. A páscoa é, segundo o Novo Testamento, um símbolo profético da morte de Cristo, da salvação e do andar pela fé a partir da redenção (I Coríntios 5:6-8). Além do livramento do Egito, a páscoa se constituiu em primeiro dia do ano religioso dos hebreus e o começo de sua vida nacional.(e> Ocorreu no mês de Abibe (chamado Nisã na história posterior), que corresponde aos nossos meses de março e abril.

A palavra "páscoa" significa "passar de largo", pois o anjo destruidor passou de largo as casas onde havia sido aplicado o sangue nas ombreiras e na verga da porta. Os detalhes do sacrifício e as ordenanças que o acompanhavam são muito significativos.

a) O animal para o sacrifício devia ser um cordeiro macho de um ano, isto é, um carneiro plenamente desenvolvido e na plenitude de sua vida. Assim Jesus morreu quando tinha 33 anos aproximadamen­te. O cordeiro tinha de ser sem mácula. Para assegurar que assim fosse, os israelitas o guardavam em casa durante quatro dias. De igual maneira Jesus era impecável e foi provado durante quarenta dias no deserto.

b) O cordeiro foi sacrificado pela tarde como substituto do primogênito. Por isso morreram os primogênitos das casas egípcias que não creram. Aprendemos que "o salário do pecado é a morte", porém Deus proveu um substituto que "foi ferido pelas nossas transgressões".

c) Os israelitas tinham de aplicar o sangue nas ombreiras e na verga das portas, indicando sua fé pessoal. No Cristianismo não basta crer que Cristo morreu pelos pecados do mundo; somente quando pela fé o sangue de Jesus é aplicado ao coração da pessoa está ela salva da ira de Deus. O anjo exterminador representa a sua ira.

d) As pessoas tinham de permanecer dentro de casa, protegidas pelo sangue. "Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?" (Hebreus 2:3).

e) Tinham de assar a carne do cordeiro e comê-la com pão sem

fermento e ervas amargas. O fato de assar em vez de cozer o cordeiro exemplifica a perfeição do sacrifício de Cristo e o fato de que deve ser recebido por completo (João 19:33, 36). Assim como os hebreus comeram a carne que lhes daria força para a peregrinação, por meio da comunhão com Cristo o crente recebe força espiritual para segui--lo. O pão sem fermento simbolizava a sinceridade e a verdade (I Coríntios 5:6-8) e as ervas amargas provavelmente representavam as dificuldades e as provações que acompanham a redenção.

f) Os israelitas deviam comê-lo em pé e vestidos como viajantes a fim de que estivessem preparados para o momento de partida (12:11).^ Assim o crente deve estar pronto para o grande êxodo final quando Jesus vier (Lucas 12:35).

Desejando Deus que seu povo se lembrasse sempre da noite do seu livramento, instituiu a festa da páscoa como comemoração perpétua. A importância desta festa é demonstrada pelo fato de que na época de Cristo era a festa por excelência, a grande festa dos judeus. O rito não só olhava retrospectivamente para aquela noite no Egito mas também antecipadamente para o dia da crucificação. A santa ceia é algo parecido com a páscoa e a substitui no Cristianismo. De igual maneira, esta olha em duas direções: atrás, para a cruz, e adiante, para a segunda vinda de Cristo (I Coríntios 11:26).

Dali para a frente, os israelitas haviam de consagrar ao Senhor, para serem seus ministros, os primogênitos dentre seus filhos, e também os de seus animais, pois pela provisão da páscoa os havia comprado com sangue e pertenciam a ele. Os que nasciam primeiro dentre os animais se ofereciam em sacrifício, exceto o jumento, que era resgatado e degolado, e assim também os animais impuros em geral (13:13; Levítico 27:26, 27). Os primogênitos do homem eram sempre resgatados; depois os levitas foram consagrados a Deus em substitui­ção deles (Números 3:12, 40-51; 8:16-18). A aplicação espiritual ensina que Deus nos redime para que o sirvamos: "Ou não sabeis. . . que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (I Coríntios 6:19, 20).

Extraído do Livro ( O Pentateuco escrito por Paul Hoff)

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